No início houve a descoberta da energia do mar, da terra, das montanhas, do silêncio, das ruas perdidas, da vegetação exuberante, da água quente que nasce da terra numa noite fria, da escuridão que ameaça o sol tímido. Depois houve o regresso e o reencontro com tudo aquilo que se foi tornando familiar, do qual já eu fazia parte.

Agora, precisava de ir mais fundo e descobrir o que se encontra no interior das casas de família, com o ar de que sempre lá estiveram, firmes, viradas para o mar, sem nada prometer, mas com histórias por contar. Os objetos diários e sagrados, os retratos dos que vivem e dos antepassados, o ambiente familiar carregado de um tempo lento, a aura do que permanece.

(Série em desenvolvimento nos Açores)