Catarina Osório de Castro é uma caminhante incansável. O ensaio estético a que se propõe é a manifestação de uma condição simultaneamente emotiva e espiritual. A contemplação da paisagem torna-se num veículo para uma experiência que a transcende. Pensar a paisagem, para autora, é um exercício de atenção renovada. O esforço de um olhar sem preconceitos em busca de um código oculto e propicio a encontros secretos.
Catarina, fotografa o mar e a sua acção sobre o ambiente. Nas suas imagens, o mar transforma-se num símbolo dinâmico da vida. De uma vida infinita e ilimitada. É um lugar de começos, transformações e renascimentos. O compasso desordenado do mar sobre a rocha, deixa para trás um rasto de registos formais, que nos remete para um lugar comum, o corpo. Um corpus imagético masculino e feminino. Os elementos constituintes da paisagem são simbolicamente isolados com vista à elaboração de uma intensa e epopeica viagem. Uma viagem até a um tempo primordial. Às origens do Mundo.
Maria M. Gomes